Afinal, o que é mansplaining?

Vivemos em uma sociedade patriarcal e machista e, por isso, cada vez mais a população adere a termos para se referir a atitudes ou comportamentos sexistas.

 

Termos como mansplaining e manterrupting são exemplos que podem ser citados quando o assunto é a violência psicológica e praticada por homens.

 

Vamos juntas entender melhor este assunto? Pensando em descomplicar esses nomes estrangeiros, abordamos seus significados e de que maneira o empoderamento feminino pode ajudar as mulheres a reconhecerem e lidarem melhor com esse tipo de comportamento. Boa leitura!

 

O que é mansplaining? 

 

O termo mansplaining pode ser traduzido como “homem explicando”. Por definição, esse conceito consiste em “comentar ou explicar algo a uma mulher de maneira condescendente, excessivamente confiante e, muitas vezes, imprecisa ou simplista” [¹].

 

Esse tipo de machismo surge em comentários ofensivos que insinuam um déficit intelectual da mulher, a qual precisaria de explicações quase infantis para entender determinado ponto de vista.

 

Ou seja, o mansplaining ocorre quando um homem explica para uma mulher algo do qual ela já possui conhecimento sobre, fazendo prevalecer que ele é superior. Esse tipo de atitude visa ridicularizar a mulher, sendo extremamente sexista.

 

Como esse termo surgiu?

 

A origem do termo mansplaining se deu em 2008, a partir do ensaio “Os Homens Explicam Tudo Para Mim”, escrito por Rebecca Solnit. A motivação da escritora veio de uma situação que ela vivenciou: um homem tentando lhe explicar do que se tratava o livro que ela mesma havia escrito.

 

Ainda em 2008, esse termo surgiu na rede social LiveJournal, o que fez com que ele fosse muito popularizado no vocabulário de blogueiras feministas. Dois anos depois disso, em 2010, mansplaining ganhou destaque como uma das Palavras do Ano, as quais são nomeadas pelo jornal New York Times. Em 2014, o termo se oficializou, sendo incluído no dicionário online de Oxford.

 

A popularidade só aumentou

 

Nos últimos anos, o termo mansplaining ganhou ainda mais adeptos, aumentando sua popularização, principalmente entre os internautas. Até mesmo memes foram feitos a partir dessa palavra, já que com o crescente empoderamento feminino, pautas machistas estão cada vez mais em discussão, seja nas redes sociais, em casa, na escola ou no trabalho.

 

Tipos de machismo: outros termos

 

Nem todas as atitudes machistas ganharam nome. No entanto, muitas delas são caracterizadas por termos em inglês, assim como o mansplaining. A seguir, confira outros termos que explicitam alguns tipos de comportamentos machistas:

 

Manterrupting

 

A palavra manterrupting pode ser traduzida como “homem interrompendo”. O termo consiste em uma interrupção na fala da mulher por parte do homem.

 

Ou seja, quando um homem interrompe constantemente uma mulher, de maneira desnecessária, não permitindo que ela consiga concluir sua frase. Essas interrupções, que atrapalham o desenvolvimento do raciocínio das mulheres durante as suas falas, são muito presenciadas em reuniões de trabalho, entrevistas ou mesmo conversas informais.

 

Assim como o mansplaining, o manterrupting é uma prática bastante comum em diálogos entre homens e mulheres.

 

De acordo com um estudo feito por psicólogos dos Estados Unidos, ficou evidente como senadoras americanas se pronunciam bem menos do que seus colegas homens, mesmo que estes ocupem funções inferiores.

 

Nem mesmo os presidentes estão imunes a isso. Em 2016, aconteceu um exemplo clássico desse tipo de violência durante um debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos.

 

Na ocasião, Donald Trump quebrou por diversas vezes uma das regras básicas de qualquer debate: não interromper o adversário. Uma das análises apontou que, em 90 minutos de debate, Trump interrompeu 51 vezes a candidata Hillary Clinton. Por parte dela, foram apenas 17 interrupções.

 

Bropriating

 

O termo bropriating pode ser traduzido como “homem se apropriando”. Essa palavra significa o furto de propriedade intelectual feminina, por exemplo, durante uma exposição de ideias em uma reunião. Isso ajuda a explicar porque existem tão poucas mulheres nas lideranças das empresas.

 

Além das desvantagens mercadológicas, falta de espaço e preconceito de gênero, por vezes as mulheres ainda servem de plataforma para o crescimento de colegas homens pelo simples fato de serem menos ouvidas e levadas a sério.

 

Esse é um dos tipos de machismo que podemos ver destacados, principalmente, em ambientes profissionais e acadêmicos, mas ele pode ocorrer em qualquer ocasião ou lugar em que o homem consiga levar créditos pelos feitos de uma mulher.

 

Gaslighting

 

O termo gaslighting consiste em uma espécie de manipulação psicológica utilizada principalmente por homens, que resulta na descrença da mulher nela mesmo, sendo taxada como “errada” ou “louca” nessas situações.

 

De maneira mais técnica, podemos dizer que esse tipo de machismo é conhecido como uma manipulação sistemática, a qual consiste em fazer com que uma pessoa questione a própria sanidade por meio de manipulação psicológica.

 

Assim como mansplaining e manterrupting, o gaslighting é um dos tipos de machismo que pode acontecer nos mais diferentes contextos.

 

Seja no ambiente familiar, profissional ou acadêmico, essa manipulação pode ocorrer em diversas vinculações afetivas, como entre namorados, amigos, pai e filha, médico e paciente etc.

 

Na primeira fase do gaslighting, a vítima resiste e usa os seus argumentos para rebater o agressor. Na segunda etapa, a vítima passa a diminuir sua resistência. Já na terceira, é a etapa da inversão e confusão: a vítima abandona suas próprias convicções.

 

Quando essa forma de manipulação emocional é sustentada por muito tempo, deixa consequências profundamente negativas na vítima. A mais preocupante, sem dúvidas, é a submissão dessa realidade imposta pelo manipulador. É um estágio de profunda depressão.

 

Por isso, o empoderamento da mulher é essencial para evitar o processo de evolução, justamente por não ser um tipo de ofensa verbal explícita, mas que faz a vítima se voltar contra ela mesma por meio de um teatro narcisista e manipulador.

 

A importância do empoderamento feminino

 

Segundo cartilha da Organização das Nações Unidas (ONU), o empoderamento feminino é uma ampliação da liberdade de escolher e agir. É o aumento da autoridade e do poder das mulheres sobre as decisões que afetam suas próprias vidas. Elas podem, enfim, definir seus objetivos, resolver problemas e desenvolver seu próprio sustento.

 

Em 2015, um dos objetivos de desenvolvimento sustentável promovidos pela ONU estabelece como meta eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas, nas esferas públicas e privadas.

 

De acordo com os dados do Mapa da Violência de 2015, dentre todos os registros de atendimento a mulheres pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 22% dos casos a violência foi causada pelo atual companheiro e, em 8%, pelo ex-cônjuge. A violência psicológica representava 23% desses casos.

 

Esses números deixam claro a urgência da equidade de gênero, para que seja possível desvencilhar as amarras que o sistema patriarcal impõe sobre todas as meninas e mulheres.

 

Dicas para reconhecer e lidar com esse tipo de situação

 

Muitas vezes, a violência psicológica é difícil de ser identificada. Em um namoro, por exemplo, esse tipo de agressão pode ser justificada como ciúmes ou cuidado, quando na verdade é um quadro repleto de ofensas e abusos.

Pensando em ajudar mulheres a reconhecerem e lidarem com esse tipo de situação, trouxemos alguns sinais de alerta para dar um basta em comportamentos abusivos e dicas para seguir em frente da melhor forma possível:

 

Identificando-se como vítima: sinais de alerta

 

  • Descrença em si mesma;
  • Sensação de inferioridade em relação ao parceiro;
  • Sensação de que está sendo oprimida e pressionada;
  • Perda da vontade de viver;
  • Sensação de culpa pelos problemas da relação.

Depois de se identificar como vítima de violência psicológica, seja em uma relação amorosa, amigável ou parental, é importante que a mulher tire um tempo para ficar consigo mesma.

 

Para ajudar no processo de recuperação do ânimo, da autoestima e da autoconfiança, separar um momento para fazer algo que goste é essencial.

 

Dessa forma, a mulher poderá se recuperar e perceber que sua vida não acabou e que ela é, sim, capaz de superar esse sofrimento. Contudo, no meio de tudo isso, uma ajuda extra pode ser muito bem-vinda. Essa pode ser a hora de procurar alguém capacitado para lidar com isso, como um psicólogo.

 

Práticas como mansplaining e manterrupting, assim como gaslighting, são tipos de machismo que configuram violência psicológica.

 

Não é uma tarefa fácil conquistar nosso espaço, mas lembre-se que o mais importante é dar o primeiro passo e, depois, seguir em frente. Sem pressa, entendendo seu lugar no mundo e que ninguém pode te diminuir, nem te parar!

 

E você quer saber como o feminismo age e como ele impacta em nossas vidas? Vem conferir aqui!

 

Referências: 

A Cultural History of Mansplaining; Az Mina; Cartilha da ONU: Princípios de Empoderamento das Mulheres; Mapa da Violência 2015 – Homicídio de Mulheres no Brasil; Abuso emocional: especialistas explicam esse tipo de violência psicológica.

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