Manual antirracista: expressões preconceituosas que devemos banir

Você sabia que há algumas expressões usadas até hoje que possuem uma conotação racista? Entenda quais são elas e porque ser antirracista é uma necessidade para construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

 

Você já ouviu falar em racismo estrutural? Ele diz respeito a uma naturalização do racismo em toda sociedade e em como a discriminação é estruturada e institucionalizada, de modo a privilegiar algumas raças em detrimentos de outras. Ou seja, quem é branco possui privilégios em relação a pessoas pretas e indígenas.

 

Com o racismo estrutural, podemos perceber expressões racistas até mesmo na linguagem utilizada pelas pessoas, mesmo que em alguns casos sem intenção. 

 

Ou seja, mesmo em contextos fora do racial e sem intenção de discriminar uma pessoa específica, essas expressões podem possuir uma origem racista ou, em seu significado, atribuem à negritude uma relação de inferioridade ou de negatividade comparada à branquitude. 

 

Por isso precisamos repensar e deixar de usar muitas expressões, se quisermos ser antirracistas, começando pela forma que falamos. Se liga nessas expressões que devemos banir e também sobre a importância de uma atitude antirracista. Vem com a gente!

 

Manual antirracista: 10 expressões que não devemos usar

 

Mesmo que num contexto diferente, essas expressões são parte de um discurso racista, parte de microagressões que as pessoas negras não deveriam ter que enfrentar mais em nossa sociedade. 

 

Por isso, conheça algumas das principais expressões que possuem um sentido ou origem racista e que não devem ser utilizadas. 

 

“Denegrir” – A definição da palavra, segundo o dicionário, é tornar algo escuro. Contudo, no uso comum da palavra, significa manchar a imagem ou reputação de alguém, ou instituição. Ou termo é racista, pois associa um caráter negativo ao que é negro ou escuro. Substitua o uso dessa palavra por difamar ou caluniar.

 

“Da cor do pecado” – A expressão, usada de forma errada como “elogio”, tem um caráter sexualizado ao se falar sobre mulheres negras, criando um fetiche, existente até hoje no Brasil e no exterior, sobre a sexualidade dessas mulheres. Por isso, não devemos utilizar essa expressão!

 

“Mulata” – O termo surgiu na época da escravidão, quando as mulheres escravizadas eram violentadas por brancos, normalmente “seus senhores”, e tinham filhos que eram chamados de mulatos. Substitua o termo por “pardo(a)”.

 

“Moreno/a” – É racista, pois considera que chamar a pessoa de negra ou preta seria uma “ofensa”, utilizando o embranquecimento como uma forma “amena” de se referir a uma pessoa preta. Não utilize a palavra moreno/a. As pessoas são negras, pretas ou pardas.

 

“Cabelo ruim ou cabelo bombril” – Mais uma vez, o termo racista associa uma característica de pessoas negras a algo negativo, depreciando a imagem e praticando a discriminação e preconceito. Jamais use essas expressões, o cabelo é crespo.

 

“Escravo” – Com as discussões atuais, tem se trocado o uso do termo “escravo” por pessoa escravizada ou escravizado. Isso porque o termo escravo, sugere uma característica inerente à pessoa, sendo que foi algo imposto ao povo africano durante a época da escravidão. O termo também desumaniza e tira a subjetividade dessas pessoas, por isso, prefira trocar o uso da palavra.

 

“Fazer nas coxas” – A expressão racista se refere a algo que é “mal feito”. Sua origem vem de uma técnica utilizada pelas pessoas escravizadas para fazerem telhas. Por serem feitas, literalmente, nas coxas, elas seguiam os formatos dos corpos de cada pessoa. Pela falta de padrão, podiam não se encaixar muito bem umas nas outras e por isso eram consideradas “mal feitas” na época. 

 

“Coisa/serviço/trabalho de preto” – Expressão usada para descrever algo mal feito, é extremamente racista e preconceituosa ao associar o que é feito por pessoas negras como algo feito de forma errada. Jamais use termos como este!

 

“Criado-mudo” – A origem do nome deste móvel faz referência às pessoas escravizadas que seguravam objetos para seus senhores. Como eram proibidos de falar, eram considerados criados mudos, daí o nome do móvel. Por isso troque para “mesa de cabeceira”.

 

“Inveja branca” – O termo é racista porque associa e reforça a ideia do que é branco como algo bom e positivo, em oposição do que é preto como algo negativo. Por isso, use apenas a palavra inveja, sem associar a cor.

 

Por que ser antirracista?

 

“Numa sociedade racista, não basta não ser racista, é preciso ser antirracista.” Angela Davis

 

A declaração é da ativista pelos direitos negros, Angela Davis, e a consideramos fundamental para qualquer debate sobre racismo e antirracismo. 

 

Mais do que não ser racista, é preciso participar ativamente da luta contra o racismo para construirmos uma sociedade mais justa e igualitária. E, claro, pessoas brancas podem (e devem) participar desse movimento também.

 

O antirracismo diz respeito à postura, atitude e prática de oposição ao racismo e qualquer tipo de discriminação, seja ela velada ou não.

 

Como ser antirracista?

 

Quer saber como aplicar esse conceito, na prática? Vem ver algumas dicas sobre como uma pessoa branca pode participar da luta antirracista.

 

Reconheça seus privilégios  

 

O primeiro passo é entender que você tem uma série de privilégios como pessoa branca. Desde as oportunidades de estudo e emprego, até não ser parado pela polícia sem qualquer motivo. Questione-se porque essas diferenças ocorrem e depois comece a agir!

 

Posicione-se!

 

Presenciou alguma atitude racista? Não fique em silêncio! A luta antirracista precisa do posicionamento ativo das pessoas brancas também. Não basta não participar da atitude ou fala racista, é necessário se posicionar contra.

 

Respeite o lugar de fala

 

Se você não é uma pessoa preta, não será protagonista da luta antirracista. Você será um aliado e deve respeitar e ouvir a fala de quem enfrenta a opressão do racismo diariamente. 

 

Então, se há uma pessoa preta presente no local, quem deve falar contra o racismo é ela, e você deve apoiar seu discurso, e não tirar o lugar de fala, como acontece em muitas situações.

 

Fale sobre racismo com outras pessoas brancas

 

Estender o debate para outros círculos é o principal papel de pessoas brancas aliadas da luta antirracista. 

 

Fale sobre racismo estrutural e a luta antirracista com sua família, amigos, na escola e em todos lugares possíveis, principalmente aqueles em que as pessoas pretas têm maiores dificuldades de acesso.

 

E aí, gostou de se aprofundar nesse debate sobre a luta antirracista? Compartilhe esse conteúdo com outras pessoas e faça parte dessa luta você também!

 

Referências

Defensoria Pública Bahia; App Sindicato – CUT; Portal Geledes; Revista Galileu; UOL;

1 comentário em “Manual antirracista: expressões preconceituosas que devemos banir”

  1. Tem coisa que li aí, que não dava pra imaginar, a origem. Vai ser difícil banir este vocabulário. Mas toda informação é bem vinda!

Os comentários estão encerrado.

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